sábado, 18 de dezembro de 2010

A PASSAGEM DE ÊNIO BRANCO POR GOIÁS

sexta-feira, 20 de março de 2009


Balança, mas não cai. Ou já caiu?

17 horas de sexta-feira, 20.

Chega a informação de que o presidente da Celg, Ênio Branco, teria entregado o cargo. Especulações neste sentido tem ganhado força nos últimos dias.

A situação de Ênio realmente é delicada e "inspira cuidados".

Primeiro, foi o seu chefe, o governador, que o desmentiu publicamente. Não se lembram? Dia 14 de fevereiro último, Ênio deu entrevista coletiva e explicou aos jornalistas o processo de venda das ações da Celg. Dia 16 - portanto 48 horas depois -, o governador vai à Assembléia para a abertura dos trabalhos legislativos de 2009 e diz, também em coletiva, que as ações não serão vendidas.

Até aí tudo bem. O governo vende as ações que quiser, na hora que quiser, pra quem quiser. O problema, ou melhor, os problemas são:
1) Ênio só deu tal coletiva após reunião no palácio com o governador e o secretário da Fazenda. Ou seja: num governo que “prima” pela transparência, ele estava mais do que autorizado a falar com a imprensa.
2) A impressão é de que teve até um certo tom de desdém com o auxiliar: “Então também vou dar uma entrevista dizendo que o governo vai tentar até a última instância o empréstimo", disse o governador aos jornalistas.

Ênio também vem perdendo força, poder, autoridade... Como eu já disse em outras ocasiões, a sede do Governo Estadual não está na Praça Cívica, mas na Secretaria da Fazenda.
Noves fora a ação que responde na Justiça do Trabalho por improbidade administrativa.

Mas o mais importante é a questão que envolve a negociação com o governo federal para a liberação de R$ 1,2 bilhão para a estatal. O governo já admitiu publicamente que a transação, via BNDES, está descartada. Agora tenta com a Secretaria do Tesouro Nacional. Fiz um alerta recente lá na Assembléia: o Estado não tem mais capacidade para assumir uma dívida deste valor. Representantes do governo, via imprensa, garantem que tem. Mas em resumo, Ênio ficou sem saída. Ou realmente deixa (será que a esta altura já deixou?) o comando da empresa ou vai ser lembrado como o presidente que participou de negociações que fracassaram.

Por outro lado, se Ênio realmente sair da empresa, não haveria momento mais propício para abrir a caixa azul, ops, a caixa preta da Celg nos últimos dez anos. Aí sim, será possível entender, literalmente, o peso da palavra gestão.

 
Em tempo: observem que a foto que ilustra este post é cheia de simbolismo. 1) Ao lado de Ênio, o seu chefe que o contradiz publicamente (se importam se eu utilizar aqui, pela enésima vez, a expressão "batendo cabeça"?). 2) Foi tirada no dia em que recebeu título de cidadão goiano (26 de novembro de 2008). 3) Tal solenidade foi realizada na Assembléia, local em que ele se recusou a ir por três vezes consecutivas para detalhar a venda de ações para o BNDES.

Aguardem as próximas cenas desta novela. Mas aguardem cientes de que o capítulo final pode ser um apagão geral!

quarta-feira, 18 de março de 2009

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